Existe uma ideia equivocada de que a espiritualidade é algo útil para trazer mais qualidade de vida, relaxamento e paz. Este conceito de espiritualidade é uma distorção do ego que tem um vício de olhar tudo pelo viés da utilidade, buscando a um ganho de ser feliz, de sentir-se bem, de ser apreciado, de receber atenção e no final, o estar em perfeita paz. Mas ter proveito, recompensa é o objetivo material que não combina com o real conceito da espiritualidade, definida como o contrário de materialidade.
Neste desejo de sentir-se bem, busca-se um SPA Espiritual para relaxar, dar mimos ao corpo, ouvir músicas e tomar massagens para ficar mais tranquilo, embora seja gratificante o estado de serenidade, este objetivo de buscar “estar bem” continua dentro da materialidade.
Há uma ideia defendida pelas religiões de que seguindo alguns preceitos, e se comportando bem, no final terá um lugar “vip” no céu. Um espaço diferenciado onde finalmente será feliz. Este é um senso comum de que dando sensações boas conforto para o corpo é uma das formas de obter felicidade. Sim, pode até ser temporariamente, mas a sede de estímulos externos é insaciável, e sempre o corpo estará pedindo mais comida, bebida, conforto, dinheiro e tudo o mais material, nada é suficiente para nos sentirmos seguro, porque a única segurança é interna.
A maioria da humanidade está na direção de ganhar espaços fora, lutando em uma guerra pelo “meu”, que não é o “teu”, e quanto mais acumular, melhor a vida será. Nada contra o conforto e adquirir bens para viver com dignidade, mas o ego é insaciável e não vai se contentar fácil.
E nessa ambição desmedida, na busca incessante, a curto prazo, do “sucesso” através da posse, prestígio e poder sobre os outros que a sociedade consumista vende como se fosse o elixir da felicidade, na verdade é ilusão passageira. E nesse frenesi de usufruir do que está fora de si, a mente vai adoecendo criando padrões de massa, de pseudo sanidade, fugindo do compromisso do serviço a um plano além dos interesses individuais. A ignorância duvida que fora dos cinco sentidos, exista alguma realização. O desconhecimento da missão de vida, nos afasta da real alegria do serviço despretensioso, da doação do melhor para ser instrumento de algo além do ego.
Espiritualidade é uma disponibilidade interna de estar a serviço de uma causa maior, acima de interesses individuais. É uma entrega sem a recompensa de ter proveito ou benefícios. Um movimento de dentro para fora de estar disponível e, este estado despretensioso requer um esforço e força de vontade, além de inteligência para saber “como” sair da ilusão dos cinco sentidos.
Apesar de todas as conquistas materiais, dentro do ser humano, há um chamado para verdadeira realização que é cumprir um propósito, uma finalidade de vida. Por mais anestesiada que a mente esteja pelos convites de ganhar espaços e coisas fora, é possível através da PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA – PNL uma organização mental para receber a plenitude vem de outra dimensão.
Como conviver com a ideia de que não há nada a aprender? Não há nada a ganhar e a segurança externa é uma luta vã. É quase uma loucura que dá medo entregar-se ao que é, e entregar-se desapegadamente, apenas com atenção no aqui e no agora, focando a mente no que é…
Então já que tudo está fora do controle, que o mundo está sendo dirigido por outras mãos mais poderosas, é sábio entregar-se a força criadora para que ela faça de nós, o que quiser. Talvez este seja o maior exemplo de espiritualidade, é a fé de que tudo será cumprido.
A única forma de realizar-se como ser humano e ser grande, é entregar-se a uma obra grande.