Onde vamos a sombra nos segue, e nos persegue enquanto corpos tivermos. Adão é um metáfora que ganhou corpo feito de barro e um sopro de Deus feito de luz. Esta é a primeira dualidade: um corpo individual que nos distingue, e um sopro que nos igualha a todos os outros.
Este ar que nos penetra e vivifica é o elemento que une os viventes. Na condição do corpo existe uma dimensão particular, mas na condição da energia vital é uma somente. Assim, separados na matéria e unidos pela força invisível da vida somos parte do Todo, Somos o Todo e partes, ao mesmo tempo.
A própria palavra “universo” é constituída dos radicais “uni” e “verso”, sendo uma união da Unidade com a diversidade e variedade do Verso. Através do verso, a Unidade se apresenta de várias formas, e ao aceitar que as diferenças estão somente nas aparências, nos unimos pela essência. A mente que tem esta compreensão evita o julgamento porque entende que as diferenças se restringem aos campos fórmicos.
A vida perpassa em nós e propicia a experiência na multiplicidade e nos convida a retornar para a Unidade, neste eterno pulsar do centro para periferia, chegando cada vez mais longe, e retornando ao centro do coração de tudo. Entre sombras e luzes, crescemos infinitamente na magia do movimento contínuo e ascendente…
Luzes para todos nós!