Magui Guimaraes

Mudança de História Pessoal

Arrastamos um passado de arrependimento pelo que não fizemos, medo pelo que fizemos, raiva pelo que deixamos que os outros nos fizessem, e criamos um design de  mágoa enodoando o presente com cicatrizes dos machucados.  Prisioneiros de emoções negativas, vamos enxergando o presente como um conjunto de mini pesadelos e essa interpretação atrai fatos e acontecimentos que justificam a leitura.

Estes infortúnios acontecem porque estamos dirigindo a nossa vida, olhando pelo retrovisor, quando o olhar deve ser para frente e positivo. Não há como mudar os atos do passado e os custos desses atos vão se manter, mas é possível REVISITAR mentalmente e tomar uma decisão diferente, como se pudesse na reconstrução mental, fazer novos registros do passado. Ficar se lembrando das dívidas eternas que um tem com o outro, não há como se livrar.

Quando ficamos aborrecidos com alguém, ao adquirir um pouco de maturidade, o que se mais quer é desculpar a pessoa porque não quer os sentimentos de quando tem uma rusga com alguém, isso faz mal, ocupa tempo, como se tivéssemos um parasita dentro de nós, carregando as emoções incômodas. A intenção da pessoa magoada é sempre perdoar porque quer se livrar do mau sentimento. É mais fácil perdoar quando a outra pessoa demonstra com sinceridade que fez um mal e que não quer mais repetir.

Porém se o outro não reconhece, ainda há a possibilidade de olhar para o passado percebendo que tudo que nos acontece é um encaixe de Deus para ser positivo, para o cumprimento da missão, como alguma coisa que é a construção da sua própria história.

Ao desfocar da pessoa e aceitar que tudo aconteceu de horrível e difícil foram os desígnios de Deus focado no crescimento, na evolução. Este é o grande recurso fundamental.  Ao imaginar a mudança, acontece uma reorganização que pode amenizar os custos emocionais do passado. Conseguir enxergar algo frustrante no presente, como necessário para a construção da história pessoal, seu caminho, a oportunidade de aprender.

Pode ser que nessa revisita se descubra onde, em qual momento, que gesto nosso deu cabimento ao acontecimento. E que o acontecido foi como um desígnio e nisto curar o futuro, na medida que faz uma nova leitura do passado cura o passado necessário e útil.   Nossa história precisava daqueles fatos agradáveis ou desagradáveis  para ser a nossa história de vida.  Hoje, no presente com um pouco mais de maturidade, percebe-se que a vida tem facetas e é possível interagir com ela, e abandonar as leituras rígidas de “certo” e “errado” e viver aproveitando cada fato como uma página da história do livro que está predestinado a ter um final feliz.

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