No papel de instrutora ensinando meus colegas de trabalho, conseguia excelentes avaliações, mas, ensinando o dever de casa para o filho, era um desastre. Causava-me estranheza o fato de ser tão eficiente em ensinar em um ambiente, e tão ineficiente em outro. Porque a competência de ensinar era exitosa no contexto de trabalho, e um fracasso no contexto familiar? Isso afetava negativamente o autoconceito.
A resposta encontrei quando estudei PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA – PNL. Tudo depende do objetivo com que se faz a tarefa, ou seja no trabalho, meu objetivo era “ensinar e aprender ao mesmo tempo me divertindo com os colegas”, mas em casa meu objetivo era “cumprir a obrigação de mãe, apesar do cansaço do dia”, eu me dizia: “Eu tenho que ensinar meu filho” e esta frase já trazia um peso enorme, uma emoção de pressão que por sua vez, disparava um comportamento de exigência que a criança aprendesse depressa para que mais rapidamente pudesse me livrar daquela prisão auto imposta.
Para conseguir ter bons resultados em todos os ambientes, deveria manter o objetivo de me divertir ensinando ao meu filho e aprender com ele outras formas de raciocinar. Esta simples mudança, feita no próprio diálogo interno, gerou um estado de tranquilidade, extensivo a criança cujo relaxamento facilitou a compreensão.
No ambiente que somos ineficientes no relacionamento com pessoas, o diálogo interno é de “competir”, de “defender-se”, que é o gatilho linguístico que dispara o comportamento hostil e, o segredo para ser mais amigável, é adotar os objetivos de “ajudar”, “compartilhar”, “aprender…”, pois é possível também aprender até com os tolos.
O segredo é desenvolver a auto-observação para identificar qual o comando linguístico que está sendo disparado e transferir o objetivo do contexto eficiente para o contexto ineficiente. Geralmente os que têm um bom convívio com todas as pessoas, utilizam objetivos que visam o compartilhamento e à cooperação, ao invés da competição.
Enfim, tudo está na mente e tendo a sensibilidade para escutá-la, e a flexibilidade para modificar a linguagem interna de competição para cooperação, é possível replicarmos a excelência, em todos os contextos e com todas as pessoas.