Quem precisa de carnaval para ficar alegre? Alegria já nasce dentro, é intrínseca, aparece sem motivo, sem evento marcado, vem naturalmente! Não precisa esperar pelo final de semana, nem viajar, vem independente de ganhar presente. Simplesmente simplifica, e a alegria rola como bola em chão inclinado. Não espera nada, abaixa o nível de exigência, somente solta o pirulito e vem outro brinquedo, se for ao chão, apanha, se alguém pegar, vai buscar, e se cair, levanta e continua a caminhar.
A alegria sem data de chegar, chega chegando e se basta, todo velho vira novo, em todo lugar tem descoberta, todo olhar vê novidade, mesmo o igual é diferente, faz coceira na mente, tira brincadeiras do ar, atiça a curiosidade, vira e mexe volta feito as ondas do mar, aquela risada gostosa, de receber de graça a alegria que nasceu junto com o corpo e que ninguém há de roubar.
Ser alegre sendo, sem motivo ou intenção, sem idade, é toda espontaneidade, pura autenticidade, brinca até de mesmice, e acha graça de burrice. A alegria chega com o nascimento, fica viva a existência inteira, seja criança, adulto ou idoso, a alegria se faz presente, podendo rir de besteira, até de bobeira, faz humor do ridículo ri do nada, tudo vira piada, e de graça vem a gargalhada.
Alegria é magia que transforma rotina em aventura, mesmice em novidade, antigas pendências em velhas conhecidas, coisa igual em diferente, desconhecido em boa gente, passado ruim em futuro bom, para sempre, e se pintar alguma lágrima, com um sorriso a boca se abre, a lágrima entra, lava a alma e a estima aumenta. O alegre é criativo, e se acha merecedor a tudo que a vida oferece. Se precisar disso ou daquilo para ficar alegre, é qualquer outra coisa, menos alegria. Alegria verdadeira, pura e bem sentida, basta respirar, ficar quieto e sentir a vida entrar.