Magui Guimaraes

Ética Saudável

A maximização do individualismo é um campo minado onde a guerra de interesses adoece a humanidade, vivendo em função de um desenvolvimento exaustivo,  procurando meios de aplacar o vazio existencial de uma vida sem sentido, as pessoas se enganam absorvidas em uma pseudo-interatividade, via tecnologia, alimentando a ideia esquizofrênica de que “estamos juntos”.    Distraídos com os avanços da tecnologia, não se dão conta que o modelo está falido e, sentem-se inseguros diante da tremenda encrenca que estamos metidos.

Paralelamente às questões subjetivas, a natureza reage aos atos insanos de depredação e consumismo dos recursos naturais, fruto de um modelo econômico de  “crescimento” baseado na ganância de produzir mais e ter mais, onde até o tempo tem que ser produtivo.   Na falta de um propósito de vida, adota-se um estilo de vida desumano onde a pessoa para ter “sucesso”, tem que trabalhar enquanto o outro dorme, e não há espaço para os valores humanos, nem descanso mínimo para celebração à vida.

A coluna vertebral do humano curva-se diante da tela do aparelho para ler mensagens tolas e irrelevantes que não justificam a existência de tantos meios de comunicação para fins tão banais, superficiais e distantes dos reais problemas.

A humanidade está perdendo o rumo do transatlântico de sete bilhões de cabeças mergulhadas em um oceano de ganância desmedida em ter prazer e maximizar o conforto, sem olhar o farol apontando para uma urgente mudança de direção, antes do desastre sem volta.

Existe uma matriz energética suja defendendo os direitos a vida, a liberdade e a busca da felicidade, sem que haja a contrapartida dos deveres. É impossível, é impensável, defender um direito sem que tenha um agente garantidor desse direito, ou seja, um rol de deveres, que traga reposicionamento em relação a si mesmo, para estancar o excesso de consumismo na busca prazer e conforto porque o que está em jogo é a sobrevivência do planeta.

A matriz de energia limpa é a ética que visa o bem comum, fruto de um plano superior, porque na verdade estamos encaixadas em um projeto que não é o nosso mundinho pessoal, e sim da coletividade. Essa consciência do DEVER, ainda não aconteceu, a revolução dos valores e o vínculo planetário, ainda estão por vir.

A educação tem um grande desafio em trazer para a consciência o CEREBRO ÉTICO, além do cérebro reptiliano primitivo dos predadores causadores de dano, de sofrimento, de prejuízo, resquícios dos animais que fogem da dor e buscam o prazer e a recompensa imediata.  Para a nossa salvação, temos o cérebro ético, solidário, inclusivo, responsável e capaz de gerar benefícios ao coletivo.

No início dos tempos, os primatas possuíam um cérebro reptiliano, resquício do reino animal, mas com processo de evolução das espécies, o Homo Sapiens desenvolveu o cérebro ético localizado na parte frontal, onde está contido o neo córtex , uma conquista de bilhões de anos que caracteriza a espécie humana com capacidades além dos instintos animais. É nesta região que o ser humano tem o potencial ético de causar benefícios aos outros, como um dever para com o todo.

A consciência do cérebro ético cria uma nova ordem interna que dissolve os processos depressivos, as frustrações, as angústias, os medos instalados pela sociedade para promover uma falsa felicidade baseada na escravidão do consumo, e reestabelece a saúde integral, ou seja física, mental, emocional e espiritual.

A saúde integral tem raízes na ética do bem comum, cuja fonte é a matriz da energia limpa e sustentável da fraternidade, da solidariedade, dos deveres para com o coletivo que traz a verdadeira graça. E quando se fala em graça é um estado de vínculo com a vida.   Ao invés de prazer, a graça é simplesmente, manter a relação com a vida, a alegria contida em cada inspiração, deixando-se fluir a cada instante. Muito maior do que o prazer do conforto e consumo, é a satisfação do SERVIÇO ao coletivo, fonte de bem-estar, a simples sensação de ser útil, de estar a serviço de fonte de energia limpa é o dever humano que nos torna merecedores do direito divino.

 

Magui Guimarães

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